sábado, 27 de novembro de 2010

Reflexão sobre o projeto de FOTOGRAFIA

projeto: Minha rua, meu bairro, minha gente

Nossos alunos da escola Sinésia Caldeira Bela gostaram e também se envolveram no projeto de fotografia (Minha rua, meu bairro, minha gente).
Foi um trabalho diferente porque os alunos puderam sair da sala de aula e utilizar aparelhos tecnológicos como um meio de aprendizagem e desenvolvimento de uma atividade da escola, tarefas que antes não faziam parte do nosso cotidiano na escola.
Os alunos demonstraram muito empenho pelas pesquisas, eles fizeram uma viagem pelo bairro Baixão de Sinésia fotografando as ruas, as paisagens, as pessoas, enfim, fotografaram o espaço onde eles vivem usando apenas o celular, já que também não disponibilizávamos de máquinas fotográficas suficientes para a realização do trabalho.
Alguns alunos do 5º ano que possuem computadores organizaram por conta própria slids com as fotos tiradas por eles e copiaram em um CD. As outras fotos foram imprimidas na escola. Com elas promovemos uma exposição fotográfica onde os demais alunos da escola puderam prestigiar o próprio trabalho e a imagem exposta do ambiente onde eles moram.
Percebi através do empenho dos alunos a grande força de vontade, do querer aprender e mostrar que eles são capazes. O prazer de ver exposto no mural da escola o resultado do próprio trabalho foi muito gratificante para eles, como também para nós professores.
No projeto, ficou gravado a lição de que a criatividade e a força de vontade são suficientes para realizarmos algo desejado, mesmo sem a disponibilização dos materiais tecnológicos que não estão ao nosso alcance.

domingo, 7 de novembro de 2010

A tecnologia nas escolas

Síntese dos textos: "Os espaços/tempos - do cotidiano escolar e os usos das tecnologias" e "Cabeças digitais": Um motivo para revisões na prática docente.

Muitas vezes em sala de aula o professor reclama da falta de instrumentos tecnológicos nas escolas. Ao chegar esses instrumentos, o professor se apossa de outras reclamações, a de “não saber fazer uso deles”.
Recai sobre o docente o medo de errar e, a partir desse medo as aulas vão se tornando cada vez mais monótonas, seguindo apenas com o que ele já domina, o giz, o lápis e o caderno. Falta ainda uma capacitação que o leve a uma mudança nas metodologias de ensino. Pois, não adianta ter inúmeros instrumentos tecnológicos nas escolas, se o professor não tem o domínio para usá-los e orientar seus alunos no manuseio das máquinas.
Diante da nova era tecnológica, os alunos vão se familiarizando cada vez mais com as máquinas e a prática cotidiana vai lhe dando o domínio para manuseá-las. É através da prática, dos erros e dos acertos que alunos e professores vão vencendo o medo e adquirindo cada vez mais o acesso ao mundo tecnológico.
Com o acesso a era digital os alunos ficam cada vez mais informados, por isso é necessário que o professor também esteja atualizado em relação à tecnologia para acompanhar o ritmo dos alunos, já que eles muitas vezes aprendem com mais facilidade a lidar com as novas tecnologias. Uma facilidade que em muitos momentos surpreende até mesmo o professor. E, o importante para o enraizamento desta aprendizagem é o manuseio.
A sociedade de hoje está cada vez mais interessada nos avanços da tecnologia. Cabe ao professor adquirir experiência no mundo tecnológico para poder inserir o jovem cidadão na era digital.

terça-feira, 13 de julho de 2010

OS GOSTOS DO MEU DIA


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – ENSINO FUNDAMENTAL/SÉRIES INICIAIS

Cursista- Macicleide da silva Pires
Orientadora- Professora Paula Moreira
Atividade- Diário de Ciclo: do produto ao processo.


Os gostos do meu dia



Hoje o dia amanheceu agitado, o vento soprava forte e muita terra assentava-se sobre o assoalho da porta. Ao dizer a primeira palavra do dia minha voz quase não saia, eu estava bastante rouca, a garganta muito inflamada e tossia descontroladamente. O xarope com gosto de ferro e enxofre me aliviou um pouco a tosse e deu-me condições de chegar a escola sem assustar as pessoas que se deparavam comigo no caminho.
Durante quatro horas senti a terrível sensação de assumir uma turma com 26 alunos apenas com o domínio das palmas e batuques na mesa para pedir a minha atenção.
Numa discussão entre dois colegas suas palavras soavam alto, eles deliberavam palavras salgadas, amargas, fedidas, quentes e duras a ponto de se pegarem fisicamente. Tentei soltar algumas palavras doces para acalmá-los, no entanto, a tentativa foi em vão, foi necessário chegar perto deles e pedir gesticulando que fossem até a sala da direção com a expectativa de que degustassem algo ouvido pela diretora da escola.
Fiquei muito nervosa, angustiada e senti necessidade de gritar, mas nada adiantaria as inúmeras tentativas. Por alguns instantes senti um gosto de sangue na língua, o amargor do limão na garganta e a sensação de que o xarope ingerido ao sair de casa formava-se um bolo em meu estômago querendo escorrer pela minha garganta e sair pela boca a procura de socorro.
No segundo momento da aula os alunos já demonstravam mais tranquilidade, assim, pude dar continuidade à atividade de Geografia, na confecção dos planetas que fazem parte do sistema solar. As cores do arco íris, da bandeira brasileira e do planeta terra abrilhantaram a aula envolvendo os alunos no brilho das cores que corriam levemente em suas veias, mexendo, experimentando, se lambuzando como se as cores penetrassem em seus ventres e acalmassem o seu interior.
Ao final do trabalho eu não tive palavras para elogiá-los, mas, uma salva de palmas demonstrou meu desejo e satisfação pelo trabalho realizado.
Voltei para casa envolvida de muita fraqueza e cansaço, mas, os gostos do vick, do alho e da hortelã trouxeram-me tranquilidade e fizeram-me dormir por longas horas para que no dia seguinte eu não viesse a experimentar novamente os gostos amargos provados nesta manhã de terça-feira.

Abertura do Projeto de Leitura na Escola.













No dia 15-05 assisti ao filme Tapete Vermelho com a professora Élica Paiva, e pude prestigiar a belíssima história do personagem “Quinzinho”, interpretado por Mateus Nachtergaele, o Jeca. Quinzinho é um caipira do mato, sem nenhuma escolaridade, que vai para a cidade e enfrenta diversas turbulências com um único objetivo: dar um presente ao filho no seu aniversário, algo que ele teve na infância e que traz como lembrança do passado, que é assistir ao filme de Mazaroppi, uma pessoa de grande importância para o cinema brasileiro.
O caipira na sociedade atual ainda é visto com rejeição, os traços físicos e o modo de falar levam-no a certo isolamento da sociedade, andar com um burro é inadequado na cidade grande e o caipira ainda é visto como gente sem escolaridade.
Pensando em resgatar a cultura sertaneja e o valor do caipira na sociedade atual, bem como a sua relação com a educação, nós, professores da Escola Sinésia Caldeira Bela, sob a direção da professora Simone Nunes, elaboramos no dia 20 de maio de 2010 uma dramatização para abrilhantar a abertura do projeto de Leitura na escola.
Iniciamos a dramatização com a música: A tristeza do Jeca, na composição de Angelino de Oliveira, 1917 e cantada na voz de Zezé de Camargo e Luciano. As professoras Edivania, Marizete, Delian e eu estávamos caracterizadas de caipira, com exceção de Cristina Aleluia, que viveu na capital e trazia para os parentes diferentes tipos de livros, incentivando-os a lerem cada vez mais, principalmente o sobrinho Toinho, que não gostava de ler, só pensava em jogar bola, conforme podemos ver nas fotos acima.
O ato de ler necessita de estímulos, e assim, acredito que um projeto de leitura traz grandes benefícios para o desempenho dos alunos, não somente na leitura do texto escrito, como também na leitura de mundo.

Na sequência das fotos temos as professoras: Foto 1-Macicleide, 2-Edivânia e Marizete, 3-Cristina Aleluia e 4-Maria Delian.

O livro "A Casa dos Espíritos"

Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. A leitura é fundamental para a estruturação do pensamento autônomo de alunos e professores. Através da leitura prazerosa, senti os gostos, os risos, as emoções e também as dores ao viajar na história do livro “A casa dos Espíritos”.
Muitas cenas vividas pelos personagens me fizeram rir por achar engraçadas as atuações dos autores e por sentir-me presente no local; outras me deixaram chocadas diante de tantas tragédias e horrores que me levaram a voltar para a realidade e relacionar os fatos relatados pela autora ao nos depararmos hoje com o convívio social e as notícias de Brasil e mundo: a ambição do personagem Esteban Trueba, um homem pobre que enfrenta as misérias das minas à procura de diamante, para ficar rico e se casar com Clara Del Vale, e que mais tarde sofre com a riqueza ao se ver dono do poder, do dinheiro e de todos, causando sofrimento a muitos que o cercam.
A brutalidade inútil do estupro está presente nos atos de Esteban, daí gera um filho bastardo chamado Esteban Garcia, que mais tarde também tem um filho e recebe o mesmo nome do pai, este adquire toda a ira e raiva do avô, trazendo inúmeras tragédias para as duas famílias.
O terremoto ocorrido em Las Três Marias, cidade reconstruída por Esteban, trouxe-me as imagens das tragédias ocorridas no Haiti, em janeiro de 2010, onde houve aproximadamente 120 mil mortos e entre estes, muitos brasileiros, inclusive a médica Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, médica pediatra e sanitarista, a qual tinha 73 anos.
Em Las Três Marias, o terremoto atirou ao chão tudo o que estava em pé, e, ao nascer do sol, contavam-se os mortos e desenterravam-se os sepultados que ainda gemiam embaixo dos escombros.
A estupefata ganância de Esteban pelo dinheiro, pela fama, pelo poder e pela luta a favor da desigualdade social lhe tornou um homem mau e, com o passar do tempo, se apoderava do sofrimento cada vez mais.
A terrível história deste personagem e de toda a sua família que Isabel Allende escreve no ano de 1984 não está distante de tantas realidades que presenciamos nos tempos modernos e que, dia após dia, nos amedronta diante de tanta violência que nos faz ter receio de conversar ou confiar no próprio ser humano, o qual muitas vezes desconhecemos, ou nem mesmo sabemos quem realmente é de verdade.
VALE A PENA LER O LIVRO.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

PRODUÇÃO LIVRE - CICLO QUATRO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – ENSINO FUNDAMENTAL/SÉRIES INICIAIS

Professora orientadora - Solange Maciel
Cursistas: Derisval, Ana Cristina, Adair, Maricelia, Dulcinalva, Elizabete, Marizete, Paula, Maria Leide, Alaides, Teiles, Euma, Gicelia, Glevia, Macicleide, Marilucia e Simone.

Os Nós do Ciclo Quatro

O Ciclo Quatro foi para mim, um céu muito nublado
Relâmpagos e trovões com conhecimentos desejados.

Contemplei o Ciclo Quatro com muita sutileza
Naveguei mar adentro, descortinei sua beleza.

Nesse ciclo agitado, não poupei animação
Enfrentei os obstáculos com coragem e devoção.
Não me acovardei um só instante, afinal precisava entregar
Diário e memorial para Solange analisar.

Dancei músicas agitadas, bailei nos braços do tempo,
Namorei a diversidade, respeitando os momentos.

Todos os ciclos vividos, fizeram-me compreender,
A policromia do universo, a arte de viver...
Entretanto o Ciclo Quatro, de um jeito irreverente
Me mostrou o arco-íris e a beleza do conhecimento.

Sobre esse palco monocromático, divulgamos nossas verdades,
Cada ciclo que se passa nos deixa felicidade.

O ciclo não assassinou ninguém, não arrastamos nenhum cadáver
O que vimos! Uma nova geração comprometida com a verdade.

Para mim o Ciclo Quatro teve um jeito diferente
Livros e poesias bailaram na minha frente
Os poéticos abracei, pelos clássicos me apaixonei
Nesse mundo de palavras muitas coisas degustei.

Que venha o Quinto Ciclo, com a força dos vendavais
Porque tudo que apavora nos transforma em mortais.

Educação e Cibercultura

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terça-feira, 8 de junho de 2010

REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO E CIBERCULTURA


A atividade de tecnologia neste Ciclo Quatro trouxe muitas informações a respeito da Educação na Cibercultura e da interação nos próprios meios que já convivemos em rede desde o início deste curso de formação: blog, chat, e-mail, fórum, lista de discussão entre outros.
Vivemos em um mundo altamente tecnológico, a cultura contemporânea associada às tecnologias digitais criam uma relação entre a técnica e a vida social, onde o contato entre o homem e o seu ambiente se estabelece entre as trocas de informações.
Hoje não é preciso ser um profissional da informática para circular pelo universo da informação, os diversos sites permitem a qualquer pessoa ter acesso aos benefícios e malefícios da informatização da sociedade.
Com os estudos e discussões em grupos presenciais e on-line pude perceber que a interatividade nos proporciona a troca de conhecimentos entre os participantes, pois como afirma Midley, 2006:
A produção colaborativa on-line do conhecimento torna-se possível atualmente em virtude não apenas do desenvolvimento das tecnologias digitais, mas especialmente pela interatividade característica da utilização destas em situações de ensino-aprendizagem.

A comunicação entre as pessoas é feita através do envio de mensagens e a interatividade acontece quando a ideia se relaciona com a do outro causando a interrupção e a reorientação do fluxo informacional em tempo real. O diálogo entrelaça vários participantes.
Outra questão muito interessante discutida no fórum foi o hipertexto, uma nova possibilidade de escrita não linear que permite a participação de diversos autores. O blog é um exemplo de hipertexto, através das postagens, comentários e links os participantes podem comunicar-se, ensinando e aprendendo através de um universo virtual.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ARTE E PRÁTICAS CORPORAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – ENSINO FUNDAMENTAL/SÉRIES INICIAIS
Ciclo Três

MARIA GRACINETE HENRIQUE, MACICLEIDE S. PIRES, GILVANEIDE C. ARAÚJO, MERE MÁRCIA A. ALMEIDA, MARIA JANETE S. OLIVEIRA E JOSIELMA S. PIRES.

Arte e práticas corporais na Educação Infantil


“O teatro quando adentra a instituição educacional não precisa, e não deve ser um teatro “escolarizado”, “didatizado”, para que tenha importância educacional; ao contrário, deve ser preservado em sua potencialidade, pois seu principal vigor pedagógico está no caráter artístico que lhe é inerente”.
DESGRANGES 2006



Com base na fala de Desgranges, percebemos a importância de se trabalhar com o teatro preservando sua potencialidade.
O contexto educacional brasileiro é perpassado por questões de diferentes naturezas, entre as quais encontramos os dilemas do desenho curricular a ser proposto na contemporaneidade em um país que, com seus impasses na escolha dos encaminhamentos metodológicos mais adequados às diferentes regiões do país.
Enfim, a atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação e desenvolvimento de crianças e jovens, incluindo-a como componente curricular obrigatório da educação básica.
No ensino fundamental, a Arte passa a vigorar a partir da implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), Brasil, MEC, 1998, enquanto área de conhecimento no currículo da escola brasileira, através de quatro linguagens artísticas: Artes visuais, Dança, Música e Teatro.
Os PCNs foram elaborados procurando de um lado, respeitar as diversidades regionais, culturais e políticas existentes no país, considerando de outro a necessidade de construir referências nacionais comuns do processo educativo em todas as regiões brasileiras.
A importância de se trabalhar a obra de arte na escola se dá, porque seus conteúdos buscam acolher a diversidade do repertório cultural que o aluno traz para a escola e trabalhar os produtos da comunidade em que a escola está inserida. A apreciação e o estudo da Arte devem contribuir tanto para o processo de criação dos alunos como para a experiência estética e conhecimento da arte como cultura.
Dessa forma os conteúdos de Arte são articulados com vistas ao processo de ensino e aprendizagem na escola e foram explicitados por intermédio de ações como: produzir, apreciar e contextualizar.
As atividades de teatro, expressão ou jogos dramáticos têm lugar importante numa proposta didática. Sendo o centro dessas atividades o “faz-de-conta”, ou seja, o representar um personagem, trata-se de uma prática muito útil para a vivência da idéia de símbolo. O que é escrito é um substituto de objetos, de ações, de sentimentos, de fatos de qualidades, de circunstâncias.
As atividades regulares de teatro mostram-se positivas na aprendizagem, como também provocam efeitos individualizantes sobre as crianças, quando alguém dramatiza ser outra pessoa, busca compreender essa outra pessoa, e, ao mesmo tempo, compreende melhor a si mesma.
Todo indivíduo se serve de formas diversas para expressar suas experiências pessoais. Como essas experiências acompanham o crescimento do indivíduo, a sua auto-identificação envolve as mudanças sociais, intelectuais, emocionais e psicológicas que se operam no íntimo do ser. Para assegurar o equilíbrio psíquico, tanto da criança quanto do adulto, é importante o ato de se exprimir, seja qual for o conteúdo ou a forma dessa expressão.
A arte que nasce da auto-expressão representa importante papel no desenvolvimento do eu, principalmente no caso de crianças menores. Esse papel é tão importante que merece do professor especial atenção.
A criança demonstra sua criatividade através da expressão verbal e corporal, do desenho, da música, de brincadeiras. Ela é criativa na medida em que consegue realizar suas potencialidades como ser humano, isto é, quando lhe é permitido fazer aquilo que sente e que quer expressar e não o que o adulto acha bonito, e como diz Constance Kammi:

“A expressão artística pode contribuir grandemente para o desenvolvimento de sua autonomia – chegar a ser capaz de pensar por si mesmo, com sentido crítico e levando em conta muitos pontos de vista, tanto no âmbito moral como no intelectual!” (KAMII, 1992, p. 69).

As atividades em artes favorecem também o desenvolvimento afetivo, especialmente por facilitarem a livre expressão e permitirem a descarga de tensões, assegurando o equilíbrio emocional.
A criança exercita independência e iniciativa quando lhe é dada oportunidade de escolher seu trabalho. Ela conquista a expressão de sentimentos e emoções quando objetiva seu modo de sentir e descobre a si mesma através de suas obras.
A criança se exprime de várias maneiras, mas é através das artes plásticas que pode criar e recriar sua própria obra.
Dessa forma, enquanto o grupo acredita e defende a arte como disciplina curricular obrigatória que possibilita o criar, recriar expressar, imaginar etc, infelizmente ainda existem muitas escolas fazendo da arte um passa tempo, utilizando atividades mimeografadas com formas estereotipadas para as crianças colorirem, impossibilitando o fazer artístico acontecer de forma criativa e produtiva.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação traz também informações muito importantes sobre o trabalho com a mediação lúdica em sala de aula, ele diz que:
“Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais”. (Referencial Curricular Nacional para a Educação infantil, 1998, p. 22).


Hoje, já não é mais comum vermos crianças brincando livremente em locais adequados à sua idade. A maioria, quando não está absorvida pelos jogos eletrônicos, está presa em casa.
Antigamente, as brincadeiras de roda, baleado, casinha, amarelinha, giribita, anelzinho, chicotinho queimado, pião, pipa, bila e tantas outras, eram muito presentes na vida das crianças; havia mais liberdade e segurança para brincar nas ruas e quintais. Hoje, muito disso se perdeu e a sala de aula se tornou um lugar apropriado para resgatar estes momentos lúdicos e prazerosos.
A brincadeira é uma linguagem natural da criança, e é importante que ela esteja presente na escola desde a educação infantil, para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas considerando-se como lúdicas as brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
Entendendo ainda que, o primeiro passo para se trazer o lúdico, a brincadeira para dentro da escola, é o resgate da infância dos próprios educadores, a memória de como brincavam, para se lembrarem de uma figura especial. É um momento de humanizar as relações, de resgatar os sentimentos e lembrar como eram e o que sentiam quando vivia o momento que as crianças, seus alunos, estão vivendo agora. Todo mundo foi criança e teve essa vivência.
Pelo seu caráter coletivo, os jogos e as brincadeiras permitem que o grupo se estruture, que as crianças estabeleçam relações ricas de troca, aprendam a esperar sua vez, acostume-se a lidar com regras, conscientizando-se que podem ganhar ou perder.
É importante que os professores compreendam como as crianças aprendem através das brincadeiras; observando e analisando estas situações, facilitará o planejamento das atividades e ele conseguirá resultados produtivos mediante os objetivos desejados. Essas atividades devem ser cuidadosamente acompanhadas pelo professor. É importante destacar também que, nem todas as brincadeiras devem ser sugeridas pelo adulto; é preciso proporcionar espaços e tempos para que os alunos se envolvam em brincadeiras escolhidas por eles.
As brincadeiras que são oferecidas às crianças devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que elas se encontram e os professores precisam estimular seus alunos para que o desenvolvimento do conhecimento aconteça.
Atualmente percebemos que o problema da utilização dos jogos na escola, está no fato deste ser utilizado apenas como instrumento pedagógico. A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só uma situação de aprendizagem. O brincar é um direito fundamental de toda criança, cada uma deve estar em condição de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.
A escola deve oferecer oportunidades para a construção do conhecimento através da descoberta e da invenção, elementos estes indispensáveis para a participação ativa da criança no seu meio.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

DESGRANGES, Flávio. Pedagogia do Teatro: provocação e dialogismo. São Paulo: Hucitec: Edições Mandacaru, 2006.

KAMII, Constance; DEVRIES, Rheta. Piaget para a educação pré-escolar. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.

RIBEIRO, Lourdes Estáquio Pinto. Para Casa ou Para sala? São Paulo: ed. Didática Paulista, 1999.

SANTOS, Deolinda Alice dos. Brinquedos e brincadeiras. Revista Pedagógica. Julho/Agosto 1995.